Ideação Suicida
Gisleine Vaz Scavacini de Freitas e Neury José Botega
(Unicamp) têm um estudo sobre ideação de suicídio em adolescentes grávidas.
Estudaram 120 adolescentes grávidas (40 de cada trimestre gestacional), com
idades variando entre 14 e 18 anos, atendidas em serviço de pré-natal da
Secretaria Municipal de Saúde de Piracicaba.
Do
total dos sujeitos, foram encontrados: casos de ansiedade em 25 (21 %); casos de
depressão em 28 (23%). Desses, 12 (10%) tinham ansiedade e depressão. Ideação
suicida ocorreu em 19 (16%) das pacientes. Não foram encontradas diferenças nas
prevalências de depressão, ansiedade e ideação suicida nos diversos trimestres
da gravidez.
As
tentativas de suicídio anteriores ocorram em 13% das adolescentes grávidas. A
severidade dessas tentativas de suicídio teve associação significativa com o
grau da depressão, bem como com o estado civil da pacientes (solteira sem
namorado).
Adolescência e o Parto
A
adolescência é um período de mudanças fisiológicas, psicológicas e sociais que
separam a criança do adulto, prolongando-se dos 10 aos 20 anos incompletos,
segundo os critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS), ou dos 12 aos 18
anos de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente do Brasil.
As
piores complicações do parto tendem a acometer meninas com menos de 15 anos e,
serão piores ainda em menores de 13 anos. A mãe adolescente tem maior morbidade
e mortalidade por complicações da gravidez, do parto e do puerpério. A taxa de
mortalidade é 2 vezes maior que entre gestantes adultas.
A
incidência de recém nascidos de mães adolescentes com baixo peso é duas vezes
maior que em recém nascidos de mães adultas, e a taxa de morte neonatal é 3
vezes maior. Entre adolescentes com 17 anos ou menos, 14% dos nascidos são
prematuros, enquanto entre as mulheres de 25 a 29 anos é de 6%.A mãe adolescente também
apresenta com maior freqüência sintomas depressivos no pós-parto.
Em
2000, segundo Raquel Foresti, foram realizados 689 mil partos de adolescentes no
Brasil, o equivalente a 30% do total dos partos do país. Hoje são mais de 700
mil partos de adolescentes por ano. O número é um golpe contra as várias
iniciativas voltadas para a prevenção da gravidez na adolescência.
O
que tem preocupado obstetras em geral, é a possibilidade da gravidez na
adolescência ser considerada "de risco", com conseqüentes complicações por
ocasião do parto. Segundo Marco Aurélio Galletta e Marcelo Zugaib, a gravidez
será considerada de risco quando a gestante ou o feto estão sujeitos a lesões ou
mesmo morte, em decorrência da gravidez ou puerpério (após o parto).
Segundo esses autores, a mortalidade materna e peri-natal é
maior na gravidez na adolescência. No Brasil, grande parte das mortes na
adolescência estão relacionadas à complicações da gravidez, parto e
puerpério.
interessantes da Gravidez na adolescência
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Porcentagem
de grávidas entre 16 e 17 anos Primigestas(primeira gestação) Freqüentaram o pré-natal Tiveram parto normal Menarca (1a. menstruação) entre os 11 e 12 anos Não utilizavam nenhum método contraceptivo Usavam camisinha às vezes Utilizavam a pílula |
84% 75% 95% 68% 52% 56% 28% 16% |
A
primeira relação sexual ocorreu*:
| |
até
os 13 anos entre 14 e 16 anos entre 17 e 18 anos entre 19 e 25 anos depois dos 25 anos |
10% 27% 18% 17% |
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